mil folhas

não é um bolo que eu costume comer - o mil folhas.
primeiro, porque não gosto dos sabores demasiados: demasiado doces, demasiado amargos, demasiado picantes, demasiado salgados.
segundo, porque é uma refinada mentira: aquilo não tem mil folhas; tem muitas, mas não tem mil [eu contei-as uma vez, havia cerca de 7 folhas].
terceiro, porque me sujo toda a comer aquilo; percebi - finalmente -a história de se chamar mil folhas ao bolo. no geral, os pedaços que me caíram no colo e na camisola (branca!!!) eram mais de mil!

mil folhas são as que tenho escritas lá em casa.
não que as tivesse contado uma a uma, mas são tantas que parecem mil.
armada de papel e caneta, toda a minha vida sempre tomei "notas". dá-me muito prazer abrir um caderno, folha de linhas sem nada escrito e começar a construir uma ideia. é como pintar. surgem as palavras, como os esboços de tinta. no final, fica uma imagem.
mil folhas
mil imagens as que vou lendo lá em casa de "notas" escritas ao longo do tempo.
é capaz de ser o vício mais saudável que tenho. o papel, a caneta... e as folhas que já vão além das mil.