Para ti que escreves







A veia do poeta

Cansado do movimento
Que percorre a linha recta
Fui ficando mais atento
Ao voo da borboleta
Fui subindo em espiral
Declarando-me estafeta
Entre o corpo do real
E a veia do poeta

Mas ela não se detecta
À vista desarmada
E o sangue que lá corre
Em torrente delicada
É a lágrima perpétua
Sai da ponta da caneta
Vai ao fim da via láctea
E cai no fundo da gaveta

Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
Numa folha secreta
Ai de quem nunca guardou
Um pouco da sua alma
No fundo de uma gaveta
Ai de quem nunca injectou
Um pouco da sua mágoa
Na veia do poeta

A Espuma das Canções
Rui Veloso/Carlos Tê

É a minha maneira de desejar a ti que escreves, Boas Festas e um óptimo 2006!
Beijos

[Foto de Algodão]
às vezes, apetecem horizontes longínquos ... e pés na terra

castração

[Fotos de Algodão]

caminho para a descoberta da castração.
onde permiti não ser igual à minha própria sedução, mas antes longe dela.
e agora, não a quero mais essa castração, esse poder que atribuí a outros que considerava serem melhores pensadores que eu.

caminho para entrar nesta suposta ausência da mulher que me habita; com este pecado de ser desejável e de desejar.
cheguei a este ao ponto em que encontro, na vida; vejo a masculinidade perdida de homens, que não se encontram na sua própria capacidade de sedução.

e no meio disto tudo, a morte da menina que havia em mim, que pintava os lábios às escondidas, que queria mostrar ao mundo os seios que nasciam discretos, que amava perdidamente com seis anos de idade, que se olhava ao espelho do quarto e esperava ouvir: "a mais bela do reino és tu!"


e era. era a mais bela do reino do rés-do-chão esquerdo...
era, porque acreditava.
a diferença é que a menina já deixou de existir. e a mulher... não acredita.

Transmutação

a solidão interior parece fragilidade.

porque vazio, o espaço que temos cá dentro tem uma amplitude tão grande que nos perdemos nele.
e perder-nos aqui, é talvez encontrar-nos noutro espaço qualquer.

noutro espaço qualquer... cá dentro.


a wish

O Livro da Encandescente

Boas notícias!!!
A Encandescente já tem um livro publicado.
Sempre valeu a pena (e continua a valer) passar pelo Erotismo na Cidade, agora no papel.
Parabéns para a autora :o)

Pára tudo!!

Tenho andado calada, soturna, quieta.
Agora chega!!!
Desde o meu blog antes criado, passando para o nascimento deste Cotton Club, fazem-me falta os meus amigos!!!
Vou recomeçar a colocar os blogs aqui ao lado, os blogamigos que vão escrevendo e que eu vou lendo.
Estou cheia de saudades!!!!
Siga pra link!