pinga

Hoje, no sítio onde estou, a chuva pinga com força!
Garanto, se, neste momento, estivesse noutro sítio, a chuva não pingava com tanta força.
Seria óbvio isto, se estivesse a falar de um sítio longínquo, onde a chuva não cai agora.
Mas não.
Se eu estivesse mais abaixo, exactamente neste mesmo local onde cai tanta chuva, ela não pingava assim.
É que, no andar mais alto do edifício, com a água a bater forte aos meus ouvidos, sinto a força - potente - desta queda de pingos, uns atrás dos outros.
E vejo-a exactamente cair, sem me molhar. Pingos gordos, rechonchudos a tombar de um cinzento lá em cima.
Não é o céu que está cinzento. O céu é azul, nunca é cinzento. As nuvens é que são cinzentas, quando chove assim.
E gosto.
Este é um daqueles momentos em que, sem pressas, calmamente, penso que sou muito grata por estar a viver a minha vida, com pingos a cair e eu a ver e a ouvir.

[Acho que estávamos todos com saudades de chuva.
Go figure!]

A pedido...

... do caríssimo vodka e valium 10

This Mortal Coil (neste caso, com a voz dos Cocteau Twins - Elizabeth Fraser :o)
Song to the siren


Bom fim de semana!


On the floating, shapeless oceans
I did all my best to smile
til your singing eyes and fingers
drew me loving into your eyes.

And you sang "Sail to me, sail to me;
Let me enfold you."

Here I am, here I am waiting to hold you.
Did I dream you dreamed about me?
Were you here when I was full sail?

Now my foolish boat is leaning, broken love lost on your rocks.
For you sang, "Touch me not, touch me not, come back tomorrow."
Oh my heart, oh my heart shies from the sorrow.
I'm as puzzled as a newborn child.
I'm as riddled as the tide.
Should I stand amid the breakers?
Or shall I lie with death my bride?

Hear me sing: "Swim to me, swim to me, let me enfold you."
"Here I am. Here I am, waiting to hold you."

Lifelines

[estou que não posso com esta música! É linda! Dêem-me umas horitas que eu coloco-a aqui, para nos deliciarmos com os A-Ha]

[finalmente... cá está a música dos A-Ha!! Foram umas horitas largas, hein? ;o)]




One time to know that it's real
One time to know how it feels
That's all
One call - your voice on the phone
One place - a moment alone
That's all

What do you see?
What do you know?
What are the signs?
What do I do?
Just follow your lifelines through
What do you hate? What then?
What do we do? What do you say?
Don't throw your lifelines away
Don't throw your lifelines away

One time - just once in my life
One time- to know it can happen twice
One shot of a clear blue sky

One look - I see no reasons why you can't
One chance to be back
To the point where everything starts
Once chance to keep it together
Things fall apart
Once I make us believe it's true

What do we see?
Where do we go?
What are the signs?
How do we grow?
By letting your lifelines show
What if we do? What up to now?
What do you say?
How do I know?
Don't let your lifeline go
Don't let your lifeline go
Don't let your lifeline go




A-Ha
How Can I Sleep With Your Voice in My Head

Dizeres de Lisboa II

[ Há um filósofo à solta... ]



[... e um trabalhador...]
[Fotos de Algodão]

Dizeres de Lisboa I


[palavra, palavrinha que não fui eu que escrevi isto!]
[Foto de Algodão]

Where is the cat?

[Foto de Algodão]

Tocam os sinos

"na torre da igreja
há rosmaninho e alecrim pelo chão..."

Um Domingo de manhã, na cidade grande.
É como se estivéssemos na aldeia. Ouvem-se os sinos da igreja mais próxima, a assinalar a hora da missa.
Se fôssemos muçulmanos, estaríamos (os homens, claro!) todos virados para Meca, a uma determinada hora, todos os dias.

Vivemos numa sociedade baseada na religiosidade, pratiquemos ou não qualquer religião. Se não formos religiosos, dá-nos para o misticismo...
Enfim, auto-intitulo-me céptica. Não é uma questão de apenas acreditar no que vejo, mas sim acreditar naquilo que experiencio.

Ao fim e ao cabo, sinto-me melhor "trabalhando" comigo própria e com os outros numa base experimentalista - o método experimental. Tanto se pode fazer num laboratório, de microscópio e lamela, como no dia-a-dia, no "laboratório" do trabalho, da família, dos amigos e... porque não... no laboratório dos blogs :o)
Por isso, talvez, este relato, escrito, dos resultados de todos os métodos usados para me relacionar.

E tudo isto, porque esta manhã, ouvi tocar os sinos da igreja mais próxima.

Karaoke

Esta malta é criativa :o)
Bom fim de semana!

...por imagens...

Nestes momentos mais desinspirados... faltam as palavras. Mas não faltam as imagens!


Estive aqui a pensar...

... e se pintasse algo? Se desenhasse?


Até posso ler um livro ... "artístico", "psicológico"...


Mas não! Também não é isto...


Talvez mandar um SMS a todos os meus amigos ... hum... também não!

Depois de muitas voltas que dei à cabeça...

... ou fico a descansar...

...não! Já sei :o)

Vou ficar gira e sair logo à noite! Caramba! É sexta-feira!!

Também não resisto...


A minha lua

Ontem à noite, esta era a lua ao pé do clube.
Linda!!!
A luminosidade do candeeiro e as sombras dos prédios também lhe dão uma certa graça.

[pedem-se desculpas pela qualidade questionável da foto... enfim, o telemóvel não deu para mais...]

Agora é que é...

What kind of person are you?

Interested or interesting ? :o)


Spring Rain, 1912
John Sloan (1871-1951)


Tá de chuva...
And I like it!!!

Não resisto...

Ele era tão tão tão vegetariano que, quando contava a história do
Capuchinho Vermelho aos filhos, substituía a avó por tofu.

O casal

Imagem daqui

Nas personagens da minha vida matinal, encontro sempre este casal; os dois ultrapassaram os 65 anos. Estão reformados.
Vêm beber café ao mesmo sítio onde tomo o pequeno-almoço.
Ele lê o jornal. Ela faz palavras cruzadas. Todos os dias.
Sinto este conforto do silêncio destas duas pessoas, casadas - posso imaginar - há muitos anos.
Estava sentada ao lado deles e a pensar:
que sossego é este?
é um sossego de conformismo?
é um sossego de entendimento?
é um sossego simples?
é um sossego de tédio?
Não sei se aprecio este sossego ou se me assusta. Sei que mexe comigo.
Se calhar é isso. Mexer. Assusta-me o que não se mexe - os seres em silêncio, porque não sei que tipo de silêncio é.
Também sei que há muitos tipos de silêncio. E sei ainda que, mesmo que cá fora haja silêncio, há um mundo que povoa a mente de cada um.
Na verdade, percebi agora, o que me assusta é não saber o que vai dentro da cabeça das pessoas. Principalmente quando não o dizem.

Crash - Colisão



Eu bem sabia.
Sabia que ia gostar do filme.
Aquela história de que na ausência de nos abraçarmos, colidimos, só para nos tocarmos...
Pois é!
No intrincado da história, que parece baseada em racismo, há muito mais que isso.
Há magia, ternura, auto-enfrentamento, auto-confiança... e também muito pré-conceito.



Numa LA activa, movimentada, cheia de gente, há os que colidem e os que se abraçam. Onde há abraço, há magia!
Muito gosto eu de histórias de amor, daquelas que não parecem, mas são.

...e não. Não vou falar nem escrever sobre as autárquicas!

mil folhas

não é um bolo que eu costume comer - o mil folhas.
primeiro, porque não gosto dos sabores demasiados: demasiado doces, demasiado amargos, demasiado picantes, demasiado salgados.
segundo, porque é uma refinada mentira: aquilo não tem mil folhas; tem muitas, mas não tem mil [eu contei-as uma vez, havia cerca de 7 folhas].
terceiro, porque me sujo toda a comer aquilo; percebi - finalmente -a história de se chamar mil folhas ao bolo. no geral, os pedaços que me caíram no colo e na camisola (branca!!!) eram mais de mil!

mil folhas são as que tenho escritas lá em casa.
não que as tivesse contado uma a uma, mas são tantas que parecem mil.
armada de papel e caneta, toda a minha vida sempre tomei "notas". dá-me muito prazer abrir um caderno, folha de linhas sem nada escrito e começar a construir uma ideia. é como pintar. surgem as palavras, como os esboços de tinta. no final, fica uma imagem.
mil folhas
mil imagens as que vou lendo lá em casa de "notas" escritas ao longo do tempo.
é capaz de ser o vício mais saudável que tenho. o papel, a caneta... e as folhas que já vão além das mil.

outra


Uma manhã como as outras.
Cada manhã é sempre diferente. Hoje, o sol nasceu por detrás das nuvens, por detrás dos estores, do vidro da minha janela.
Ontem, não havia nuvens.
E acordo todos os dias, como se eu fosse outra.
O primeiro pensamento não é o mesmo de ontem, ou de anteontem.
O primeiro movimento do dia também não é o mesmo.
Ontem custou a levantar. Hoje não.

Isto agrada-me. Ser outra, todos os dias.
Pergunto aos rostos dos que encontro na rua se também lhes acontece o mesmo. Se acordam outros.
Não obtenho respostas.

Até o senhor que me traz a merendinha e a meia de leite é o mesmo. Mas... não será outro? Não terá acordado hoje com um primeiro pensamento diferente do de ontem?
Não lhe perguntei.
Fiquei-me pela merendinha, pela meia de leite e pelo meu caderno de notas sobre mesa, para escrever - armada de papel e caneta, instrumentos que trago comigo.

E ficou lá escrito: hoje és o mesmo de ontem?

que importa?


que importa se te dizem que és bonita, se tu própria não te sentes assim?
que importa se te dizem que és competente, se tu própria não te sentes assim?
que importa se te dizem que estás viva, se tu nem sequer te sentes assim?
que importa estar aqui ou ali, se tu não sabes onde estás?

afinal, que importa, se és bonita ou competente, ou se estás viva.
em nenhum momento te sentes assim... por isso, que importa?

imensidão

Um mundo imenso de possibilidades está à nossa frente. Basta não fechar o portão.

Quero ser feliz!


O mais curioso é que me sinto feliz!
Com altos e baixos, com estranheza por mim própria, muitas vezes sem saber porque ajo desta ou daquela maneira.
Supõe-se que a felicidade seja um estado permanente de grande intensidade, de alegria. Isto e apenas isto.
Começo a perceber que, para mim, a felicidade é poder estar em todo o espectro de sentimentos; estar alegre, estar zangada, estar triste, estar calma, estar ansiosa, estar sozinha, estar acompanhada. Tudo isto é estar feliz.
Porque em nenhum desses momentos me sinto infeliz: posso sentir-me triste, ou alegre, ou activa, ou cansada, ou calma, ou irritada, ou zangada, ou pacífica, ou animada.
Mas não me sinto infeliz.

Disponibilidade

Estou tão disponível, que até estou para quem não está!

Nem sempre...

Foto de Bogdan Jarocki

Nem sempre me sinto doce, como o algodão doce.
Nem sempre me apetece fazer cara bonita, quando me apetece refilar.
Nem sempre.

Tenho a vida toda pela frente.
Um novo começo é a existência deste blog, em forma de clube, onde me reencontro com pessoas que escolho, que procuro, porque me fazem sentir bem.

O Clube do Algodão Doce não é um começo. É um recomeço do zero, para o reencontro... principalmente comigo mesma.
Descobrir-me, de novo.