"Presunção e água benta...

... cada um toma a que quer."
Sem mais comentários!!!

[Já agora, se alguém tiver aí uma fotografia em que José Saramago sorri, por favor, diga-me onde!! Estou a falar a sério!]

Imagem: Revista Lux de 27 de Novembro de 2006.

O Clube dos Homens Mortos

Parece o clube "Menina não entra"!!

São uns cinco colegas de trabalho que encontro a tomar o pequeno-almoço, quase todas as manhãs.
As conversas são muito interessantes; os temas, variados: trabalho, futebol e uma ou outra piada ordinária e subreptícia sobre as mulheres. Completa falta de respeito pelas colegas, mulheres, que também ali estão a tomar o pequeno-almoço!

Gosto muito de uma piada que eles dizem, porque um deles pede sempre uma torrada aparada... então, dizem eles em conjunto, "sai uma aparadinha!!". Todos riem muito ... eu não vejo a piada, mas tambem, parece que o meu sentido de humor é muito "seco", segundo dizem. Não acho graça, pronto!
Bom, assim à vista desarmada, para mim, a graça está em que só comem torradas aparadas "as meninas" - homem que é homem não come o mel, come as abelhas!!! Depois, lá retirei o meu raciocínio bem ingénuo nestas coisas e percebi a associação mental deles da palavra "aparadinha"... enfim, outras áreas que não a da panificação ou de uma simples torrada aparada com manteiga.

Sinceramente, enojam-me.
Eles riem-se, divertidos, presumo que sejam felizes assim.
Como eu acho tudo isto uma tristeza, um homem com estas características não entra, mesmo, na minha vida!!!
Estão mortos e enterrados... cadáveres mentais!!

Fica uma respiração de alívio... como seres humanos, nem todos os homens são assim!!

Vou amar-te para sempre... para manter o acordo!

Ouve-se falar, cada vez mais, no aumento de divórcios, em todo o mundo.
Há dias, passei os olhos - não me recordo onde - por uma "leitura" sociológica e cultural deste "fenómeno" do aumento das taxas de divórcio, que achei muito curiosa.
Pessoalmente, faz-me muito sentido.

Diz-se, então, que, antigamente, os casamentos duravam a vida inteira dos conjuges.
Nesse texto que li, nessa abordagem sociológica e histórica das épocas e dos tempos, é natural que aumente o número de divórcios.
Senão vejamos: antigamente, quantos casamentos se realizavam porque as pessoas queriam estar mesmo juntas? Contavam-se pelos dedos das mãos. Hoje em dia, há muito mais casamentos por amor, ou levados pelo fogo da paixão. Antes, casar era um negócio, estabelecido entre famílias para que os bens, as posses, as propriedades da família ficassem ainda maiores. Nunca casar uma pessoa rica com uma pobre. Era, de facto, uma base "negocial" económica. Claro que, assim, qualquer divórcio estaria fora de questão. Dava-se cabo do negócio. Interessava a ambos os conjuges manterem o casamento (mesmo que um deles amasse outra pessoa!). O negócio "prosperava" melhor assim. O amor não estava ali em questão.

Hoje, é provável que ainda encontremos situações destas, mas em muito menor quantidade.

O amor entre duas pessoas é que motiva um casamento, ou uma paixão, por exemplo. Daqui o maior número de divórcios... na impossibilidade, ou dificuldade de lidar com sentimentos complexos, com a transmutação da paixão num tipo de amor mais sereno, parece que os seres humanos estão viciados em emoções fortes, como a paixão arrebatadora. Quando essa paixão desaparece, perde-se a vontade, o desejo de estar com aquela pessoa. O divórcio chega com mais "facilidade". Que não passe pela cabeça dos que se mantém casados, que um divórcio é "fácil" para qualquer membro do casal. Não é!

A ligação entre duas pessoas que as leva ao casamento, actualmente, é o amor. E o amor não é um negócio de propriedades, ou terrenos que temos de manter para a posteridade, para os nossos filhos e netos; que pena não nos apercebermos que esse é o maior legado que se lhes pode deixar.

Por isso, esta abordagem sobre o divórcio fez-me ponderar. Sobretudo na dificuldade que temos em saber lidar, com maturidade, com as alterações emocionais que sofremos ao longo de anos de relacionamento diário com alguém.
Como diz alguém que eu conheço: um casal bem sucedido não é um casal sem problemas. É aquele que sabe lidar com eles e resolvê-los. E também, quando surgem problemas, permanece junto o casal que se olha nos olhos e ambos sabem e dizem um ao outro: continuo a amar-te ( e não é para manter qualquer acordo negocial!).