Sentada no puff...


... escuto o silêncio do clube, quase vazio. É de dia e o clube enche à noite.
Mas à noite, saio do clube, porque não me apetece o ruído. Saio e vou até casa, onde nem sempre tenho silêncio, também.
E apetece-me fugir, sei lá para onde.
Ao sentar-me no puff, o meu corpo cai pesado na sensação fofa das bolinhas de esferovite.
E, de repente, fico quente. Quase adormeço.
Oiço as senhoras a limpar os estragos que os clientes fizeram no clube, a noite passada.
Ainda mantenho a bola de espelhos presa ao tecto. E roda, com um sistema automático que a mantém sempre a funcionar. Decidi não a desligar, agora. Passam por mim pequenos raios de luz. Os reflexos dos projectores.
Mantenho os olhos entreabertos, quase como se eu não estivesse aqui.
O resto do clube permanece semi-escuro.
Sabe-me bem.
Hoje, vou ficar por qui mais tempo.
Sentada no puff.

Isto não está fácil...

... a comunicação, quero eu dizer!

A lua cheia de Novembro


[Foto de Algodão]

Felicidade Nacional Bruta

Um grupo de economistas japoneses defendeu recentemente que o seu país deveria preocupar-se menos com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e inspirar-se no exemplo do Butão, um pequeno reino dos Himalaias, que mede o seu progresso com base num outro tipo de indicador: a Felicidade Nacional Bruta (FNB).
"O Japão tem muito que aprender com o Butão nesta matéria", afirmou Takayoshi Kusago, ex-economista do Banco Mundial e professor da Universidade de Osaka, durante o simpósio subordinado a este tema, organizado em Tóquio no início de Outubro.

Apesar de o PIB do Butão ser de apenas 500 milhões de dólares, quase nove mil vezes inferior ao do Japão (4,4 mil milhões de dólares), desde 1970 que o pequeno reino budista se preocupa sobretudo com o crescimento do índice que mede a felicidade individual dos cidadãos. A "FNB" leva em conta factores como o desenvolvimento socio-económico duradouro e equitativo, a preservação do meio ambiente, a conservação e promoção da cultura e a boa governação.

"Em busca de um modelo de desenvolvimento, o Butão não encontrou qualquer índice que estivesse de acordo com os valores e aspirações do país, constatando que o mundo estava dividido entre nações ricas e em nações pobres", explicou o economista butanês Karma Galay.

Os economistas japoneses admitem que no que diz respeito ao índice de FNB, os progressos do Butão são muito superiores aos do Japão, onde a taxa de suicídio é uma das mais elevadas do mundo e não raramente ocorrem mortes por excesso de trabalho.

Os economistas destacaram ainda o facto de as crianças do Butão serem praticamente especialistas em questões de meio ambiente, matéria que, na opinião de Shunichi Murata, professor da Universidade Kansei Gakuin, é "muito melhor do que se ensina geralmente aos meninos japoneses".

Estou que nem posso!

Aproveito a minha onda de refilanço!

Esta manhã, um canal privado da televisão portuguesa, que costuma ter um helicóptero de manhã, para acompanhar o trânsito, filmou um acidente grave, na N117, ao pé de Lisboa. Foi um despiste de uma carrinha de 9 lugares. Houve mortos e feridos.
Vi as imagens de cima, via-se o congestionamento que o acidente provocou. Até aqui, tudo bem!

Mas, momentos depois, de zoom em punho, eles mostraram pelo menos um cadáver a ser colocado dentro do saco preto a ser fechado, em GRANDE PLANO!!! Via-se a cara da pessoa!!!!
Isto é ético?
Isto é legal? É possível?

Há que fazer qualquer coisa, porquejá não é a primeira vez que isto sucede. Há dois anos, vi, em directo, o desencarceramento de uma senhora, também EM GRANDE PLANO, dentro do veículo capotado, no Alto da Boa Viagem!!! Os bombeiros não conseguiam trabalhar, com os "colas" dos operadores de câmara, em cima do carro, a prejudicar a operação de salvamento!

Mas o que é isto???

Deve ser muito agradável estar em casa, a ver TV, e reconhecer o rosto de um familiar ou amigo, morto ou numa situação de encarceramento!! Deve, deve!

O Algodão...

... não quer enganar.
E não se quer enganar, sobretudo, a ela própria.

Cresci com uma educação, não direi rigorosa, mas muito controlada - exterior e interiormente - e a ideia básica foi sempre ser "uma boa menina".
Hoje, a menina já se foi. Nunca tinha aprendido que "a boa menina" também tem "maus" sentimentos e vícios!
Em fase adulta, sobraram muitos e variados restos desse controlo. Na ausência de quem tomasse conta dos meus pensamentos, acções, instintos, desejos (porque deixei de permitir), tenho sido eu o meu próprio carrasco.
E apercebo-me que cheguei a um ponto limite.

Já chega de viver a vida em esforço! É preciso aprender a lidar com a minha parte mais má, com os lixos emocionais e toda a tralha que vem agarrada.
Agora vem a parte mais difícil: sinto que sou demasiadas vezes rancorosa e vingativa. Acho que me falta aquela coisa que me ensinaram do perdão e do amor pelos outros.
Ah! Pois, porque também me sinto egoísta!
Primeiro estou eu, mas normalmente não ajo de acordo com isso. Sinto o que sinto, seja lá o que for, e se a minha censura interior não o permitir, lá estou eu a questionar se devo ou não agir.
Fica tudo cá dentro a remoer - sendo eu explosiva, tantas vezes, esforço-me por controlar isso.

Só que agora, não me apetece controlar. Na verdade, para ser honesta, nunca me apeteceu e sempre tentei controlar-me em situações de vida que chegaram a durar anos, quando eu mesma já me retraía e não via bom futuro no que estava a viver.
Está bem de ver, claro, chega um momento em que sai uma explosão emocional brutal que leva tudo à frente, mexe com a minha vida e com a dos outros, magoa pessoas, enfim.
Lá se vai a "boa menina"!

Neste preciso momento, estou farta de ser "boazinha" e estou a viver, claramente, em esforço.
Não sei como lidar com isto!

Desinspiração

Pois é.
Desde excesso de trabalho, consequente cansaço e desinspiração total, esta fase está difícil para escrever!!
Apetece-me parar um pouco.
Mas isso não implica que não venha desejar um óptimo fim-de-semana!!
Então, cá está: bom fim-de-semana!!!!!

slowly... please

Recebi um e-mail de autoria anónima, que fala sobre a maneira de ver e viver a vida de forma "slow". E gostei, até porque, pessoalmente, procuro, cada vez mais, viver a vida desta maneira - take it easy, girl :o) :

Há um grande movimento na Europa hoje, chamado SLOW FOOD. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem a sua sede em Itália (o site é muito interessante. Veja-o ).
O que o movimento SLOW FOOD prega, é que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, "curtindo" a sua confecção, no convívio com a família, com os amigos, sem pressas e com qualidade. A idéia é a de se contrapor ao espírito do FAST FOOD e tudo o que ele representa como estilo de vida, em que o americano "endeusou".
A surpresa, porém, é que esse movimento SLOW FOOD serve de base a um movimento mais amplo chamado SLOW EUROPE, como salientou a revista Business Week na sua última edição europeia.
A base de tudo, está no questionar da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraponto à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".

Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas, (35 h / semana) são mais produtivos que os seus colegas americanos ou ingleses. E os alemães, que em muitas empresas instituíram a semana de 28,8 horas de trabalho, viram a sua produtividade crescer nada menos que 20%.

Esta chamada "slow atitude" está a chamar a atenção, até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já).
Portanto, esta "atitude sem-pressa" não significa, nem fazer menos, nem menor produtividade.
Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos pormenores e com menos "stress". Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e real, em contraste com o "global" - indefinido e anónimo.
Significa a retoma dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do quotidiano, da simplicidade de viver e conviver. Significa um ambiente de trabalho menos coercivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde os seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.





Bom, só o tempo que demoro a comer... pronto, já percebi que sempre estive neste espírito... slow :o)

Dizeres de Lisboa III

[Foto de Algodão]

Se fores para os lados do Connecticut

A culinária do clube

Ora, tenham a bondade - se desejarem, claro - de visitar a parte culinária do Clube do Algodão Doce, aqui ao lado. A Omelete Espatifada!

Aceitam-se sugestões de receitas e podem também espatifar a omelete à vontade :o))

Óculos de sol na testa

É compreensível!
Fim de semana lindo, outono com sol.
Esplanada na praia.
Claro que a malta traz os óculos de sol!
Entrar na esplanada é o factor que leva a malta a colocar os óculos de sol na testa, ou no topo da cabeça. Pronto!
Mas, eu cá, tenho outra teoria da explicação deste fenómeno, tão diversificado: a hiper-sensibilidade mental à luz interior.
Portanto, entrando num sítio mais escuro, para quem vem do sol, colocar os óculos na testa (acho lindo!) serve para proteger a mente da luz - fraca - dos locais fechados.
Sim! Porque a mente precisa de protecção. Sim!
Vá, agora todos: óculos de sol na testa! Viva!!!

Pra animar ...

Puxa, que esta semana foi dose!!!
Pra animar, uma história tão linda... :o))


Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse-lhe:
- Que petulância chamarem -te flor! Vê, a tua pele é áspera e a minha lisa e sedosa.
O teu cheiro é desagradável e meu perfume sensual e envolvente. O teu corpo grosseiro e o meu delicado e elegante... Eu, sim, sou uma flor!

E a couve-flor respondeu:
- Querida....de que adianta seres tão linda se ninguém te come!!


Bom fim de semana :o))))

...trabalheira...

Não há aí uns bracitos a mais, não?
Estou com trabalho que já vai para cima dos cotovelos...